quinta-feira, 2 de junho de 2011

Câncer de Endométrio

O endométrio está localizado no interior do útero. Essa camada interna denominada endométrio é composta por células glandulares que frequentemente descamam, resultando na menstruação.

A menstruação marca o período reprodutivo da mulher, iniciando na menarca e finalizando na menopausa, após o qual encontraremos o endométrio atrófico (mais sujeito a transformação neoplásica).
Neoplasia de Endométrio
É considerada a neoplasia ginecológica mais comum nos Estados Unidos, aproximadamente 39.000 casos novos foram diagnosticados em 2007 e são responsáveis por cerca de 7.400 óbitos. As mulheres têm um risco de 2,6 % de desenvolverem neoplasia de endométrio durante a vida, correspondendo a cerca de 6% de todas as neoplasias na mulher.

No Brasil é a 5ª. neoplasia mais freqüente entre as mulheres e a 2ª. dentre as causas ginecológicas (dados do ministério da saúde de 1981 a 1985). Felizmente, a maioria dos diagnósticos é realizado no estágio inicial podendo ser alcançada a cura por meio de cirurgia adequada e tratamentos complementares.

A taxa de sobrevida, em 5 anos, na neoplasia localizada é de 96%, regional 67%  e metastática 23%.

Há 2 tipos de neoplasia de endométrio com diferença na carcinogênese, epidemiologia e fator prognóstico:

- tipo 1 - carcinoma endometrial relacionada ao estrógeno, geralmente são neoplasias de baixo grau de malignidade, originadas de hiperplasia atípica. Os pacientes têm como fatores de risco: obesidade, nuliparidade, excesso de estrógeno exógeno ou endógeno, hipertensão arterial, diabetes.
- tipo 2 - geralmente não relacionado ao estímulo estrogênico e não originado de hiperplasia endometrial. São neoplasias de alto grau de malignidade e tipos histológicos desfavoráveis (seroso papilar e células claras) que atingem pacientes com idade mais avançada que as pacientes com neoplasia de endométrio tipo 1
O diagnóstico da neoplasia de endométrio é histológico. A amostra de tecido endometrial pode ser obtida por meio da curetagem ou histeroscopia.
 Tipos histológicos
- adenocarcinoma endometrioide
- adenocarcinoma seroso papilar- carcinoma celulas claras- adenocarcinoma misto- adenocarcinoma mucinoso- carcinoma de células escamosas- carcinomas indiferenciados
O principal sintoma é o sangramento uterino anormal, ocorrendo em aproximadamente 90% dos casos. Cerca de 5 a 20% das mulheres pós menopausa, com sangramento uterino, apresentarão neoplasia de endométrio. Pacientes na pré ou peri menopausa com sangramento uterino anormal também deverão ser avaliadas para neoplasia de endométrio.
Fatores de risco para neoplasia de endométrio 

- Terapia estrogênica
- Estrógeno endógeno- Anovulação crônica- Uso de tamoxifeno- Obesidade- Hipertensão arterial- Idade: geralmente ocorre em mulheres na pós-menopausa e 25 % dos casos são
  diagnosticados em mulheres na pré-menopausa.
- Prédisposiçao hereditária ou genética- Famílias hnpcc (hereditary nonpolyposis colorectal cancer): chances de
  desenvolver neoplasia extra colônica e, dentre as neoplasias, a mais comum é a
  neoplasia de endométrio.
- Nuliparidade- Menarca precoce, menopausa tardia.- Dieta - rica em fitoestrogêno- Uso de álcool—está relacionado com nível elevado de estrógeno- Atividade física
O tratamento inicial é cirúrgico, sendo feito um completo estadiamento.
A cirurgia consta de histerectomia radical total associada a linfadenectomia pélvica e retroperitoneal, omentectomia, associado ao lavado peritoneal e biopsias de áreas peritoneal suspeita para neoplasia.

É muito importante e fundamental a participação do patologista no momento operatório, pois indicará o local da neoplasia no útero e avaliará se há comprometimento cervical, o grau de infiltração da neoplasia no miométrio e o grau de diferenciação da neoplasia. Com essas informações obterá melhor avaliação da extensão da linfadenectomia.

Após a paciente ser devidamente estadiada pela cirurgia, avalia–se a necessidade ou não de tratamento complementar, que poderá ser realizado com radioterapia e ou quimioterapia.
 
Baixo risco: pacientes com baixo risco encaixam-se nesses critérios:- grau histológico 1 ou 2- neoplasia limitada ao endométrio (estágio 1) ou invasão de menos da metade do
  miométrio (estágio 1b)

Risco intermediário:
- neoplasia grau 1 ou 2, sendo que a neoplasia estende-se além da metade do miométrio- neoplasia grau 3 limitada ao endométrio (estágio 1 c) ou invadindo menos da metade do miométrio (estágio 1b)
Alto risco:
- neoplasia grau 3 com invasão de mais da metade do miométrio (estágio 1c, grau 3) 
- estágio 2a ou mais, independentemente do grau
-
 pacientes com comprometimento linfovascular, envolvimento do segmento inferior do
  útero, tipo histológico seroso papilar ou células claras tem um elevado risco para
  doença metastatica e recorrência da doença

Nenhum comentário:

Postar um comentário