quinta-feira, 2 de junho de 2011

Câncer do Colo do Útero

Câncer colorretal é o que tem início no cólon ou reto, órgãos do sistema digestivo, onde os alimentos são processados para gerar energia e os resíduos são eliminados.

Depois de mastigada e engolida, a comida segue para o estômago, onde é parcialmente digerida. Dali ela segue para o intestino delgado, que tem esse nome por causa de seu diâmetro. O processamento da comida prossegue no intestino delgado, onde se dá a absorção da maior parte dos nutrientes. O câncer de intestino delgado é raro.

O intestino delgado se une ao intestino grosso, com cerca de 1,5 m de comprimento e até 7 cm de diâmetro. A primeira parte do intestino grosso é chamada de cólon, é onde se dá a absorção da água e nutrientes da comida e onde se acumulam os alimentos que não são digeridos e resíduos. Esses rejeitos (as fezes) passam do cólon para o reto (os últimos 20 cm do intestino grosso) e dali para fora do corpo através do ânus.

O cólon se divide em quatro regiões e o câncer pode começar em qualquer uma delas ou no reto, produzindo diferentes sintomas. A parede desses órgãos é composta por várias camadas de tecidos e o câncer geralmente começa na mais interna, avançando para algumas das outras ou para todas. Sabemos que a maioria dos cânceres colorretais começa como um pólipo, um crescimento anormal de células que parece uma bolinha. Pólipos chamados de adenomas podem se tornar cancerosos, por isso a remoção preventiva dos pólipos pode evitar a doença. Mais de 95% dos cânceres colorretais são adenocarcinomas, tumores das células que revestem internamente o cólon e o reto. Os demais são bem mais raros.

Nos Estados Unidos, as estimativas são de cerca de 147mil novos casos de câncer colorretal por ano, com cerca de 55 mil mortes. No Brasil, as estimativas são de pouco mais de 11 mil casos entre homens e perto de 14 mil entre mulheres. A taxa de mortalidade do câncer colorretal vem caindo nos últimos anos, graças à detecção precoce e aperfeiçoamento do tratamento.
Sintomas e Sinais
A maioria das pessoas com câncer de cólon não apresenta sintomas, que só aparecem em estágios mais avançados da doença. Os sintomas de câncer colorretal incluem:

mudança de hábito intestinal, como diarréia, prisão de ventre, redução no tamanho das fezes por mais de alguns dias sensação de que o intestino não se esvaziou depois de ir ao banheiro sangramento pelo ânus ou presença de sangue nas fezes (que, no entanto, parecem normais) cólicas ou dores de estômago constantes cansaço e fraqueza

Exames
Se houver suspeita de câncer colorretal, o médico pedirá alguns exames para verificar se existe um tumor e se ele se espalhou. Alguns desses exames são os mesmos usados para prevenção:

Retossigmoidoscopia flexível: O sigmodoscópio é um tubo, da grossura de um dedo, com iluminação, que é introduzido pelo ânus até a parte esquerda do cólon, permitindo sua observação e a detecção de pólipos. O exame pode ser desconfortável, mas não causa dor.

Enema opaco com duplo contraste: um contraste (bário) é usado para preencher o cólon. Depois de retirado, ar é bombeado para provocar a dilatação do cólon, permitindo que se faça uma imagem de raios-X de eventuais lesões. O exame é desconfortável e o paciente precisa tomar laxantes na véspera.

Colonoscopia: O colonoscópio é uma versão mais longa do sigmoidoscópio. Ele não apenas permite que o médico visualize todo cólon, como também possibilita a retirada de eventuais pólipos, para exame microscópico. Se o especialista perceber qualquer outra anormalidade, o equipamento permite a retirada de amostra de tecido durante o exame. A maioria dos hospitais faz uma sedação do paciente para o procedimento.

Exames de sangue: eles são usados para verificar, entre outros, a contagem de glóbulos vermelhos, já que pacientes de câncer colorretal podem desenvolver anemia por causa do sangramento provocado pelo tumor. Exames de sangue também são empregados para checar a função hepática, já que o câncer colorretal pode se espalhar para o fígado. Nos pacientes com câncer colorretal, exames de sangue também servem para conferir o andamento do tratamento, como por exemplo o CEA, um marcador tumoral.

Biópsia: é o exame microscópico de uma amostra de tecido para verificar a presença de células cancerosas.

Ultrassonografia: através de emissão de ecos, ajuda a visualizar as áreas de interesse do organismo.

Tomografia computadorizada: São múltiplas imagens de raios-X, produzidas enquanto a máquina gira em torno do paciente, combinadas por computador, para produzir uma imagem detalhada de uma parte do organismo. Geralmente, depois que as primeiras imagens são feitas, um contraste é injetado no paciente para definir melhor as estruturas do corpo. Em seguida, nova série de tomadas é feita. O exame é mais demorado que o raio-X convencional e o paciente tem de ficar imóvel numa mesa por cerca de meia hora ou mais. Algumas pessoas ficam um pouco aflitas por causa da sensação de confinamento dentro do equipamento. A tomografia fornece informação precisa sobre tamanho, forma e localização do tumor. Ela é utilizada também para localizar tumores secundários (metástases) em outros órgãos.

Colonoscopia virtual: é uma nova forma de utilização da tomografia. Depois que os intestinos são completamente esvaziados, o cólon é cheio com ar, o que causa certo desconforto, e uma tomografia é feita para se visualizar o interior do cólon. Se o médico identificar alguma anomalia será necessário fazer uma colonoscopia posteriormente.

Ressonância nuclear magnética (MRI): A ressonância usa ondas de rádio e ímãs fortes em vez de raios-X. A energia das ondas de rádio é absorvida e depois liberada num padrão dado pelo tipo de tecido do corpo e certas doenças. Um computador analisa os dados e os transforma em imagens detalhadas. O exame dura cerca de uma hora e o paciente fica deitado dentro de um tubo, o que é incômodo para quem sofre de claustrofobia. Além disso, a máquina faz um ruído que irrita algumas pessoas.

Tomografia por emissão de pósitrons (PET): Esse exame usa uma forma radioativa de glicose que é absorvida em grande quantidade pelas células cancerosas e é detectada por uma câmera especial. É muito útil para se verificar se o câncer já se espalhou, mas não se sabe para quais órgãos.

Fatores de Risco e Prevenção
Não se sabe ao certo a causa precisa da maioria dos casos de câncer colorretal, mas conhecemos alguns fatores de risco. Fator de risco é qualquer coisa que aumente a chance de alguém ter determinada doença. No caso do câncer, alguns podem ser evitados pela mudança de hábitos (deixar de fumar, usar filtro solar, ter uma dieta equilibrada) outros não. Entre estes últimos, estão: a idade (o risco de desenvolver câncer aumenta com a idade), sexo e histórico familiar. Vários fatores aumentam o risco de uma pessoa ter câncer colorretal:

Idade: as chances de ter câncer colorretal é maior na faixa dos 50 aos 70 anos.

Ter tido câncer colorretal: mesmo se um câncer foi completamente removido, novos tumores podem aparecer em outras áreas do cólon ou reto.

Ter pólipos: alguns tipos de pólipo aumentam o risco de câncer, especialmente se eles são grandes ou aparecem em grande número.

Histórico de doença intestinal: Portadores de doença de Crohn e colite ulcerativa têm maior risco de ter câncer, porque essas duas doenças produzem inflamações prolongadas do cólon e podem provocar úlceras em seu revestimento. Essas pessoas devem começar a fazer exames preventivos quando jovens.

Histórico familiar de câncer colorretal: pessoas com parentes próximos que tiveram a doença têm maior risco, principalmente se os parentes tiveram a doença antes dos 50 anos. O médico deve orientar essas pessoas sobre a freqüência com que devem fazer exames preventivos.

Síndromes familiais: síndrome é um grupo de sinais e sintomas que pode caracterizar uma doença. Pessoas de algumas famílias podem apresentar centenas de pólipos e, geralmente, o câncer se desenvolve em um ou mais desses pólipos. Nesses casos, é aconselhável procurar um serviço especializado e iniciar os exames preventivos mais cedo.

Grupos étnicos: por exemplo, judeus ashkenazi (de famílias do Leste europeu) têm incidência maior de câncer de cólon.

Alimentação: pesquisas recentes apontam o consumo excessivo de carne vermelha como um dos grandes fatores de risco para o câncer de cólon. E não basta substituí-la por frango: o ideal é acrescentar bastante peixe à dieta. Recomenda-se também uma alimentação pobre em gorduras e rica em fibras: cereais, frutas, legumes e verduras. Deve-se evitar também carnes processadas, como patês, salsichas, mortadelas, presuntos, por exemplo.

Vida sedentária: pessoas que não têm atividade física regular, pelo menos meia hora diária de exercícios, correm maior risco de desenvolver a doença.

Obesidade: pessoas com excesso de peso também correm maior risco de ter câncer colorretal.

Fumo: estudos recentes mostram que os fumantes têm risco entre 30% e 40% maior que os não-fumantes de morrer de câncer colorretal.

Álcool: o uso excessivo de bebidas alcoólicas tem sido associado ao câncer colorretal.

Como evitar a doença
Embora não se conheça exatamente as causas do câncer colorretal, há algumas medidas que podem ser adotadas para reduzir o risco de aparecimento da doença.

Rastreamento: é o uso de testes e exames para diagnosticar uma doença em pessoas que não apresentam sintomas. Nos Estados Unidos, onde é registrada uma das maiores incidências da doença, recomenda-se que, a partir dos 50 anos, as pessoas com risco médio de desenvolver câncer colorretal façam pelo menos um dos seguintes exames (que são detalhados mais abaixo):

- exame de sangue oculto nas fezes uma vez por ano
- sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos
- exame de sangue oculto nas fezes mais sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos
- enema opaco com duplo contraste a cada 5 anos
- colonoscopia a cada 10 anos

Pessoas com histórico familiar de câncer colorretal devem consultar seus médicos sobre esses testes e outros que podem identificar a doença em seus estágios iniciais.

Dieta e exercícios: a recomendação é de que as pessoas consumam pelo menos 5 porções diárias de vegetais (frutas, legumes e verduras) e reduzam o consumo de gorduras (carnes vermelhas, frituras, etc) Praticar exercícios também é importante: pelo menos 30 minutos por dia, no mínimo 5 dias por semana.
Os três principais tratamentos do câncer colorretal são cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Mais recentemente, alguns centros vêm usando os chamados anticorpos monoclonais. Dependendo do caso, o médico pode indicar tratamentos combinados. Não hesite em procurar uma segunda opinião, que pode lhe dar mais segurança sobre a opção escolhida. As chances de cura são bem maiores se a equipe que cuida do paciente for especializada em câncer colorretal.

Cirurgia: é o principal tratamento para o câncer colorretal e geralmente envolve a remoção de partes normais do órgão de cada lado do câncer, além dos gânglios linfáticos próximos. As duas extremidades do cólon são então unidas. No caso do câncer de cólon, geralmente a colostomia (abertura no abdome para permitir a eliminação de fezes) não é necessária, embora algumas vezes uma colostomia temporária seja feita. Algumas vezes, câncer de cólon em estádio bem inicial pode ser removido por meio da colonoscopia.

Também se pode fazer a remoção do tecido canceroso por laparoscopia, em que um tubo com iluminação e equipamentos especiais são introduzidos no organismo por meio de pequenas incisões. A vantagem é que os pacientes se recuperam bem mais depressa que nas cirurgias convencionais.

A cirurgia também é o tratamento principal para o câncer de reto, embora nestes casos o paciente possa primeiro ser submetido a quimioterapia e radioterapia, dependendo da avaliação médica. Há vários tipos de cirurgia para esses casos. Algumas dessas intervenções (polipectomia, excisão local e ressecção local) podem ser feitas através do ânus, sem necessidade de cortar a pele, mas somente quando se trata de câncer de estádio I, muito pequeno e localizado perto do ânus.

Para cânceres retais de estádios II e III podem ser realizadas outras cirurgias, como a ressecção anterior do reto, para os casos em que o câncer se localiza na parte mais alta do reto, onde ele se conecta ao cólon. Nos casos em que o câncer se localiza na parte mais baixa do reto, perto de onde ele se conecta ao ânus, pode ser indicada a ressecção abdômino-perineal, após a qual a colostomia definitiva será necessária.

Se o câncer retal está se espalhando para outros órgãos pélvicos, pode ser necessária uma exenteração pélvica, em que o cirurgião remove o reto e órgãos próximos, como bexiga, próstata ou útero, caso tenham sido atingidos pela doença. A colostomia pode ser necessária após a cirurgia e, em caso de remoção da bexiga, também uma derivação urinária (abertura para coletar a urina). Profissionais treinados podem ensinar os pacientes como lidar com a colostomia e uma derivação urinária.

Radioterapia: é o tratamento com raios de alta energia usado para tratar câncer localizado, tanto para reduzir um tumor antes da cirurgia como para eliminar eventuais células cancerosas após a cirurgia. Pode ser de fonte externa ou interna, quando o material radiativo é colocado diretamente no tumor e áreas próximas. Pode também ser empregada para aliviar sintomas de câncer em estádio avançado.

A radiação de fonte externa é a mais usada em pacientes com câncer retal e, geralmente, o doente faz 5 sessões por semana por várias semanas. Cada sessão dura poucos minutos. Não se usa Radioterapia para câncer de cólon.

Os efeitos colaterais mais comuns da radioterapia são irritações da pele, náuseas, diarréia, irritação da bexiga ou do reto, cansaço e problemas sexuais nos homens. Esses efeitos geralmente desaparecem com o fim do tratamento.

Quimioterapia: é uso de drogas anticâncer administradas por via oral ou via venosa. Os medicamentos caem na corrente sanguínea atingindo o câncer que atingiu órgãos distantes. A quimioterapia pode aumentar a sobrevida de pacientes em alguns estádios de câncer colorretal e aliviar os sintomas dos pacientes em estádios avançados da doença.

Em alguns casos, os quimioterápicos podem ser injetados em uma artéria que leva ao órgão onde está o tumor, na chamada quimioterapia regional.

A quimioterapia atinge as células cancerosas, mas também as normais, causando efeitos colaterais, que dependem do tipo de droga usada no tratamento, da dose e da duração da terapia. Os efeitos mais comuns são:

- Perda de apetite
- Perda temporária dos cabelos
- Aparecimento de lesões na boca
- Diarréia
- Maior suscetibilidade a infecções, por causa da redução
no número de glóbulos brancos
- Aparecimento de hematomas após pancadas leves ou de
sangramentos em cortes pequenos por causa da queda na
quantidade de plaquetas no sangue
- Cansaço ou falta de fôlego, causado pela diminuição no
número de glóbulos vermelhos

Em associação com a quimioterapia, outras medicações são utilizadas para minimizar os efeitos colaterais.

Anticorpos monoclonais: são proteínas feitas pelo homem que atacam partes das células cancerosas que as tornam diferentes das normais. Por isso, essa terapia tem menos efeitos colaterais que a quimioterapia tradicional. Essas drogas, porém, costumam ser muito caras.

Estadiamento
Saber em que estádio está o câncer é fundamental para o planejamento do tratamento, para que o paciente e seu médico possam discutir alternativas terapêuticas e para que a equipe que cuida do caso tenha uma perspectiva mais definida das possibilidades de recuperação.

Há mais de um sistema de estadiamento de câncer colorretal, alguns utilizam letras e outros números, mas todos descrevem a disseminação do câncer pelas várias camadas da parede do cólon ou reto e levam em consideração se o câncer já se espalhou para os linfáticos ou para outros órgãos ou não.

Os estádios são geralmente indicados por algarismos romanos de I a IV (1 a 4). Em geral, quanto menor o número, menos o câncer se espalhou. Número mais alto, como o IV (4), indicam um estágio mais sério da doença. Muitas vezes, só depois da cirurgia o médico pode estadiar a doença com segurança e discutir os próximos passos do tratamento.

Sobrevida
A taxa de sobrevida após 5 anos indica a porcentagem de pacientes que vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico. E muitos doentes vivem mais que 5 anos. Esses números representam um panorama geral, mas cada caso é único e as estatísticas não podem prever especificamente o que vai ocorrer com cada caso. Só a equipe que atende cada paciente pode tirar suas dúvidas sobre suas chances de cura e sobrevida.

Nove entre dez pacientes que recebem diagnóstico precoce de câncer colorretal vivem mais de 5 anos. Se a doença se espalhou para gânglios linfáticos ou outros órgãos, a taxa de sobrevida após 5 anos cai.

Estágio Taxa de sobrevida
I Mais de 90%
IIA 85%
IIB 72%
IIIA 83%
IIIB 64%
IIIC 44%
IV 8%

Taxas de sobrevida câncer específica (SCE) em 5 anos em pacientes portadores de câncer colorretal submetidos a tratamento com intenção curativa, Hospital do Câncer A. C. Camargo (1991 a 2004).

Localização Categoria SCE 5 anos (%)
Cólon N=168 Estádio I 100,0
Cólon N=168 Estádio II 89,0
Cólon N=168 Estádio II 79,5

Reto N=255 Estádio I 97,8
Reto N=255 Estádio II 79,0
Reto N=255 Estádio II 64,9

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